Frágil Badulaque

ba.du.la.que s. m. 1. (...). 2. Bagatela. 3. Coisa miúda e de pouco valor. 4. (...)o. S. m. pl. Trastes de pouco valor. [Re]descobrindo-me!

quinta-feira, maio 31, 2007

Ainda 'Carpinejeando'...

"Quem grita não chama ninguém, quem grita nem chama a si mesmo, porque não se escuta. O grito não tem altura de chegar, não tem ombros. O grito esquece rápido do que estava dizendo. Para gritar mesmo, o grito não sai, o grito é mais repuxo do que repouso. O grito é a lembrança do que seria o grito se tivesse menos força, mais direção. O mistério é não falar alto. Recomendo sussurrar, aí sim as pessoas se aproximam."

(O Grito - Fabrício Carpinejar)

Evitei o grito. Evitei o berro. Evitei a luta quase braçal. Fui contra meu coração obedecendo à minha razão que pedia calma. Silenciei. Baixei a guarda. [por tantas vezes] chorei. Quer saber? Venci. Se não, já estou ganhando de goleada! É possível que ainda aprenda [e me surpreenda!] muito com tudo isso. Tudo bem. Mas já [re]aprendi que o tempo e o silêncio fazem milagres!

quinta-feira, maio 17, 2007

...

Uma senhora bem simples rodou e rodou a vitrine de uma loja, até que entrou. Pediu para “experimentar” um radinho de pilha. “Posso testar?”. A atendente pensou que ligaria o rádio. Mas testar era colocar o aparelho nos ombros, para ver se pousava bem nos ouvidos. Mexeu-se muito até que encontrou uma posição confortável para o radinho. E amansou os olhos por alguns minutos como se ouvisse uma estação imaginária. Cerrou os olhos e rebolou o queixo devagar. Juro que ouvi a música que não existia apenas acompanhando seu rosto.

A atendente irritou-se com a demora e perguntou se ela levaria o produto. “Vai pagar com o cartão de crédito?”. Ela respondeu que “mais ou menos” e saiu.

Não gosto de chamá-la de senhora. Vou chamá-la de Alice. Alice experimentou o rádio como quem estava se vestindo, como quem prova comida, como quem testa um travesseiro ao dormir. Ela colocou seus longos cabelos de trigo ao lado para calçar o som. Abençoou a rua do seu pescoço. Como uma rosa que não se apequena com a água entre as pétalas. A água, uma pétala que não murcha.

Não temos mais paciência para experimentar um amor. Colocar as roupas antes de tirar. Dentro da gente, há sempre uma pressa que aponta: “vai levar?”. Não fechamos os lábios para lembrar ou mastigar palavras. Há sempre alguém que acelera o relacionamento. Que agride antes de compreender, que julga antes de conviver, que pretende ler sem se aproximar da caligrafia. O amor não é suspeita, é superar a desconfiança. Todos se conhecem sem ao menos pedir permissão para entrar, licença para sentar e puxar a cadeira. Como se soasse um zumbido de “agora ou nunca?”. Nunca será se não houve véspera, nunca será se não haverá tempo de ser depois.

Queremos um amor rápido, não um amor constante, não um amor com as medidas do corpo. Ou com as medidas da voz nos ouvidos, que não seja largo demais nos ombros, nem pesado demais para carregar de um lado para o outro da casa. Como o rádio de Alice.

Pressa não é urgência. Pressa é pular para o final. Urgência é precisar todo momento e não deixar o começo.
(Fabrício Carpinejar)

segunda-feira, maio 07, 2007

Um pouco mais.

"Terminou apenas. Ele cansou de você como se cansa de um doce, de uma roupa, de uma música, de um livro.
O amor dele fez as malas e o seu estava arrumando o armário. O amor dele botou roupa de festa e o seu suspirava com bermudas e chinelos.
Possível voltar atrás com "Não te amo". Não há como desmentir "Eu não te amo mais". Dissuadir, reverter o quadro. "Eu não te amo mais" é uma forma ainda de dizer "eu te amo". Mas no passado. O problema não é o futuro dos dois que terminou por decisão de um, é que o passado também foi embora. "Eu não te amo mais" é "tentei, não consegui". Ainda houve um esforço da parte dela para amar."

(Fabrício Carpinejar)





Por que te redescobri naquele 'livro' empoeirado? E por que seu rosto está há dias aqui na minha mente novamente silenciosamente calmamente sentimentalmente?

O que faz você feliz?

"Comer morango com a mão
Por açúcar no abacate
Brincar com melão, goiaba, romã, jabuticaba
Ou é gostinho de infância que te faz feliz?
Cuspir sementes de melancia
Falar besteira, ficar sem fazer nada
Plantar bananeira ou comer banana amassada
A lua, a praia, o mar
A rua, a saia, amar...
Um doce, uma dança, um beijo
Ou é a goiabada com queijo?
Afinal, o que faz você feliz?
Chocolate, paixão, dormir cedo, acordar tarde
Arroz com feijão, matar a saudade...
O aumento, a casa, o carro que você sempre quis
Ou são os sonhos que te fazem feliz?
Um filme, um dia, uma semana
Um bem, um biquíni, a grama...
Dormir na rede, matar a sede, ler...
Ou viver um romance?
O que faz você feliz?
Um lápis, uma letra, uma conversa boa
Um cafuné, café com leite, rir à tôa...
Um pássaro, ser dono do seu nariz...
Ou será um choro que te faz feliz?
A causa, a pausa, o sorvete
Sentir o vento, esquecer o tempo
O sal, o sol, um som
O ar, a pessoa ou o lugar?
Agora me diz, o que faz você feliz?"

Fotos, cervejinha (ou vinho!) com os amigos...
Rua da Lama, gente feliz e meninos bonitos!
Afinal, o que faz você feliz?

Noite inesquecível! Estava precisando e muito! Obrigada, queridos das fotos e 'outros queridos' que não podem ter imagem divulgada por questão de sobrevivência! =P
Espero ansiosa por tantas outras como essa!
Na foto: Tassi, Eu, Óbeta e Ronan, by "Não Sei Quem" (Tassi ou Ronan?).
Preciso dar os créditos das fotos, conforme bronca da Óbeta, mas eu juro que não me recordo quem bateu essa. Só posso assegurar que foi alguém especial!

quinta-feira, maio 03, 2007

Retorno!

Isso aqui anda muito abandonado, muito desatualizado, não?! Para quem, no início, disse que isso aqui seria uma espécie de diário da vida real, das duas, uma: ou cansou de escrever ou a vida anda mesmo muito sem graça. Quem sabe? Talvez, nem um nem outro...

A verdade é que pouco mais de dois meses depois, volto para escrever não sei o quê. Adoro blogs! E em todos esses dias, pensei nesse cantinho aqui, querendo traduzir em palavras o que eu to sentindo bem aqui dentro, dentro só de mim e que pouca gente (ou ninguém?!) entende. Traduzir em palavras todas as minhas perguntas sem respostas, todas as respostas que já tenho prontas para as perguntas que ainda não me fizeram (mas que ainda espero!), todas as conclusões que já tenho de um assunto que não foi concluído. Pelo menos para mim! Mas é como se cada dia alguma coisa nessa história toda mudasse de lugar e eu tivesse que recomeçar novamente. Formular novas perguntas, preparar novas respostas, dar soluções ao 'caso'.

Na verdade, no final das contas, é como se tudo estivesse fora do lugar... Inclusive, eu! Por favor, alguém me diz onde é a saída mais próxima!

Já tentei parar de pensar em tudo. Colocar na minha cabeça que as coisas simplesmente acontecem e ponto. Não preciso entender o porquê sempre. Mas e o que fazer quando você já se trancou demais, segurou demais, de maneira que quase te sufoca a ponto de te fazer explodir em lágrimas? Chorar até cessar e recomeçar? Mas e a partir daí quando você começa a segurar tudo de novo até que chega àquela hora em que você, novamente, só quer chorar? Até quando fingir que não machuca, que não tá doendo?

Sempre tive muita fé no ser humano e na verdade que há dentro de cada um. E agora eu fico me perguntando "como isso pode acontecer?” ou “onde o ser humano ainda vai me surpreender?”.

Acho que deixei de entender. Acho que me iludi e esqueci daquela parte da história em que disseram que algumas vezes eu iria me decepcionar, que algumas pessoas iriam me machucar... Ou eu sou boba demais, ou eu não faço parte desse mundo!

"acho que me perdi numa excursão que fiz pra lua...", lembra que eu te disse isso, Tassi? Rs.

Alguém aí! Ow! Tem alguém aí com bilhete comprado pro trem que parte daqui a pouco em direção à lua? Você?! Ahhh, troca de lugar comigo! Xõ ir e tentar achar o meu caminho correto de volta!

Eu, de volta! E ainda frágil! Um tanto badulaque!