Frágil Badulaque

ba.du.la.que s. m. 1. (...). 2. Bagatela. 3. Coisa miúda e de pouco valor. 4. (...)o. S. m. pl. Trastes de pouco valor. [Re]descobrindo-me!

terça-feira, março 01, 2011

Ponto (quase) final

www.souumparadoxo.blogspot.com

The end.

quinta-feira, outubro 15, 2009

Plim!

Aparecer dois anos depois pra dizer que o blog está em desuso chega a ser ridículo! Só eu pra fazer uma coisa dessas! Mais ninguém!

Dois anos depois e... MUITA COISA mudou! Muita coisa mesmo! Mas tipo... MUITA, porra!

Algumas poucas, continuam aqui. Minha essência sentimental, boba e entregue ainda estão aqui.

Não, esse blog não está voltando à ativa. Tantas coisas mudaram que mudou, também, o blog! Um mais... específico! É, específico, digamos assim...

E só resolvi passar por aqui porque eu ainda pretendo voltar aqui, contar esse TANTO que mudou, que não existe mais.

Não voltarei nem tão cedo. Ou quer saber? Quem sabe nunca mais volte?

Mas me dou ao luxo de ser egoísta e não abrir mão do nome que, junto a pouquíssimas coisas daqui, ainda muito bem me descreve?

Eu, paradoxalmente, frágil e seguro e confiante badulaque!

quinta-feira, julho 19, 2007

E quando você vê: 1/4 de século!


"Amigo é pra ouvir sem nada pra dizer
Não ter o que pedir, somente oferecer
Muito mais além do que se vê no espelho
Aquele que faz bem sem ter que dar conselho"
(Jorge Aragão. Um-hum! Jorge Aragão!)
E quando você vê: um pouco mais da metade desse 1/4 de século! Um prazer te ver viver esse tempo todo!
Compartilhar as confissões do primeiro beijo, o primeiro amor, aquele fora bem dado que a gente não esquece, a primeira decepção, o primeiro namorado, o problema pra terminar com primeiro namorado. O começo das noites agitadas. Vital (sim, já fomos juntas ao Vital. Não negue o passado!). A transição do funk de Claudinho & Buchecha (já disse para não negar o passado!) para o rock do Capital Inicial (primeiro show que assistimos juntas e independentes dos pais e mães! Ó!). Descoberta de que temos as melhores irmãs mais novas do mundo. Conversas à noite até que o sono bate. Faculdade. Primeiro emprego. Primeiro 'desemprego'. Dor de cotovelo. Lados opostos na política (rs). Lados opostos nas arquibancadas dos estádios (imaginários!) de futebol. Mesmo lado nas arquibancadas dos estádios (AINDA imaginários!) de futebol. Viagem pra Castelo (finalmente!). Paneladas de brigadeiro. [pequenas] Rodadas de vinho. Show do EngHaw. Outro show do EngHaw (e que venham outros!). Fotchenha com o Dado. Xamã do Raul. A Casa do Lago. A-de-do-nhaaaa! Daniel/Mamis/Nova Almeida/Chuva. Baleiro/Praia/Nós duas/Chuva. Lama, não da chuva, mas a Lama. Hoje de novo!
Feliz de ter a chance de te ver viver mais algumas partes de século!
E que venham outros beijos que pareçam o primeiro (só que mais seguros, mais 'treinados' e melhores! rs). Outros amores. Outras decepções (vai, a gente aguenta!). Outros namorados. Outras noites agitadas. Outros shows do Engenheiros. Outros do Capital. Outros do Baleiro. Outros de qualquer outra boa música qualquer. Muitas noites ao lado das melhores irmãs mais novas. Muitas horas de conversa. Aprendizado. Bons empregos e bons salários. Lados opostos e lados iguais no futebol (e que sejam de sucesso! Principalmente quando o lado for igual!). Lados opostos na política (pra gente poder discordar!). Outras viagens para Castelo. E para o Sul. E para o Norte. E para longe. Que venha mais chuva. Que venham dias de sol. Que as estrelas iluminem e guiem suas noites. Que as flores coloram seus caminhos. Que as crianças sorriam para você. Que você tenha dinheiro para bancar suas futilidades (ah, pq não?!). Que você tenha saúde para brigar pelo que quer. Que os braços sejam longos para dar todos os abraços que você quiser. Que o ombro seja largo para dar de ombros, ou dar ombros. Que a felicidade seja sua companheira diária. Que a vitória abra a porta para você passar todos os dias. Que a cada dia quando acordar você sinta um 'bom dia' sem que ninguém precise te desejar. Que ao abrir as janelas e as portas, bons ventos estejam soprando em sua direção. Que as realizações te persigam sem cessar. Que tudo valha a pena! Que tenha sempre, muito mais, caretas e gargalhadas nos retratos!
Celebrai 25 anos de uma grande e bonita mulher!
Felizes próximos anos! Feliz 19 de Julho de todos os anos!
Palmas para você!
Te amo muito, muito! Assim ó: gandinho, gandinho...
Mari, amiga da Beta! =D

Menos de 10 meses depois...

“Hoje vocês têm uma obrigação a mais. Todos os brasileiros envolvidos no Pan estão de luto. Atletas, dirigentes e voluntários... Mas a função da equipe de STS (Suporte ao Espectador) é sorrir e fazer sorrir, e mesmo de luto, representar a alegria da vida de todos os que estão tristes e hoje lembrar as pessoas que todo dia é dia de comemorar o simples fato de estarmos vivos!”
(Coordenadora da Equipe de Voluntários do Pan Rio 2007 para os voluntários em 18/07)

Assisti paralisada todas as imagens. Chorei ao ver o desespero das pessoas. Passei o dia entre a tristeza de acompanhar as notícias e as alegrias das medalhas conquistadas pelos nossos atletas no Pan. Cheguei a me sentir culpada por isso...

E fico imaginando quando que todos os poderosos que estão por trás disso (sim, eu acho que há algo muito maior por trás de todo o caos aéreo brasileiro) vão se dar conta que estamos falando de seres humanos; de, pelo menos, 350 mortos nos últimos 10 meses em tragédias aéreas. Quando irão responder às nossas perguntas? Quando irão nos explicar o porquê da liberação de uma pista de pouso que não estava com sua reforma acabada? Quando o Presidente da Infraero, da Anac, engenheiros e a puta que o pariu serão afastados até que se saiba realmente o envolvimento deles nessa falta de respeito e descaso com o cidadão que paga caro para chegar mais rápido ao seu destino a fim de encontrar quem se ama, a fim de matar a saudade, a fim de descansar mais cedo do dia puxado de trabalho, a fim de fazer uma surpresa...?

Quem vai dar uma explicação que seja para a mãe que estava esperando os dois filhos adolescentes chegarem? Qual deles vai dar um abraço que seja no marido que perdeu a mulher grávida de 4 meses? Qual deles vai fazer uma ligação para uma mulher e dizer que sente muito por ela ter perdido a mãe e os dois filhos? Qual deles vai doar um pouco do seu tempo à mulher que não vai mais ter o marido chegando mais cedo em casa como prometera? Quem vai dar ombro aos amigos que perderam seus melhores amigos? Quem será que vai deixar de ficar com a família na quarta-feira à noite depois da novela das 8h para ir ao estádio Olímpico ver o clássico GreNal com o pai que perdeu sua filha, companheira mais que presente em todos os jogos com ele? Quem vai fazer uma visita à minha tia só pra dizer “e aí, como tá a vida?”? Alguém se importa, afinal?

Tenho a sensação de que estamos entregues à sorte. Que Deus tome conte da gente! Que Deus tome conta das dores. Que alguém tome uma providência urgente.

Continuo torcendo pro Pan. Atletas que batalharam uma vida inteira pra competições como essa. Eu torço como seu fossem ‘meus’. Esporte me motiva, me emociona. Como não se emocionar com o Diogo que ganhando R$ 600,00 mensais investiu do próprio bolso mais de R$ 5.000,00 para se preparar para estar nessa competição? Como não vibrar com a relação de mãe e filho do nosso nadador Thiago com sua torcedora mais ilustre? Como não bater palmas para a seleção de Bernardinho? Como não se emocionar com a menina Jade? Bronze no badminton?! E você lá sabe o que é isso?! Eu nem sei como consigo dizer isso, mas a verdade é que a vida continua. A verdade é que o luto e tristeza não podem nos impedir de respeitar cada luta brasileira representada no Pan pelos nossos brasileiros.

Nunca deixe de dizer ‘eu te amo’. Não esqueçam de se despedir com um beijo ao saírem de casa. Não deixem de agradecer ao colega de trabalho pela ajuda dispensada durante o dia. Não deixem de agradecer a Deus pelo sol e pela chuva. Não deixem de agradecer a Deus pela casa e pelo alimento. Não deixem de dar graças por ter chegado atrasado e perdido o ônibus. Não deixe de saborear um prato de arroz com feijão da vovó com o mesmo prazer que degustaria o mais belo prato da culinária de um grande chef. Ouça a música que você mais gosta no volume mais alto sem se importar com o que as pessoas vão pensar. Dance como se ninguém estivesse olhando. Ame como se nunca tivesse se machucado. Se tiver vontade de gritar, grite! Nunca se sabe o que vai acontecer alguns metros ou minutos na frente. Nunca se sabe se teremos uma nova oportunidade. Celebre a vida!

Os brasileiros de bem vivem nesse momento um misto de sentimentos. Não se culpem. Vivam! Torçam! Vibrem! Se emocionem! E não se esqueçam de fazer uma prece por todos que sentem agora a dor da perda. E não to falando dos atletas não-medalhistas do Pan...
Luz e sorte a todos! Deus nos proteja!

Mari, eta badulaque!

terça-feira, junho 19, 2007

Para os MEUS raros

"Amanheceu
Nem bem chega o dia e já se foi
Pois tem dias que nem deviam ter
Outros dias valem por um ano.
Aconteceu
Quanto menos se espera apareceu
Quando menos se aguarda já chegou
De tanto que guardou apodreceu
Pra quem não quer, nada vale a pena
Pra quem importa, tudo vale sangue
Pois ter um sonho é como um filho seu
Ou você cria ou é mais um no mundo
Arremeteu que se arrependeu que se alucinou
Que não se perdoou quando percebeu
Tanto tempo que perdeu.
Cada um é seu dono e seu dano
Cada um tem um sonho e seu drama
Você é do que faz ou do que tanto faz?"
(C. Trevisan)
...
...
...
Li e pensei nos meus raros, porém especiais. Taí, então!
Nesse meu espaço tantas vezes ocupado por palavras tristes e angustiadas, abro espaço para as palavras emprestadas de Trevisan que me trouxeram um sentimento bom e me trouxeram - mais uma vez! - vocês, meus raros amigos [ou seria 'amigos raros'?] à mente.
Para a menina criativa e faceira sempre criando coisas novas e boas dentro de mim.
E a todos os raros, me dêem a licença de hoje em especial deixar o meu sorriso de aparelho e borrachinha rosa para o raríssimo Lucas! Amo-te! =)

sexta-feira, junho 15, 2007

Eu poderia ter escrito isso...


"I see people come and go
See people fall in and outta love
As my mother told me
She said don't let life control me, but I did.
So what you think of me?
What you think of me now and who I am?
I'm everything you wanted me to be
As you can see
I'm not very happy.
I need some time to find myself in me
And I need some time to find true love
But if I can't then I won't stop trying
And if I don't then I won't live lying
What do people really want?
They wanna be happy.
I wanna be happy"


(Happy - AJ McLean)


quinta-feira, maio 31, 2007

Ainda 'Carpinejeando'...

"Quem grita não chama ninguém, quem grita nem chama a si mesmo, porque não se escuta. O grito não tem altura de chegar, não tem ombros. O grito esquece rápido do que estava dizendo. Para gritar mesmo, o grito não sai, o grito é mais repuxo do que repouso. O grito é a lembrança do que seria o grito se tivesse menos força, mais direção. O mistério é não falar alto. Recomendo sussurrar, aí sim as pessoas se aproximam."

(O Grito - Fabrício Carpinejar)

Evitei o grito. Evitei o berro. Evitei a luta quase braçal. Fui contra meu coração obedecendo à minha razão que pedia calma. Silenciei. Baixei a guarda. [por tantas vezes] chorei. Quer saber? Venci. Se não, já estou ganhando de goleada! É possível que ainda aprenda [e me surpreenda!] muito com tudo isso. Tudo bem. Mas já [re]aprendi que o tempo e o silêncio fazem milagres!

quinta-feira, maio 17, 2007

...

Uma senhora bem simples rodou e rodou a vitrine de uma loja, até que entrou. Pediu para “experimentar” um radinho de pilha. “Posso testar?”. A atendente pensou que ligaria o rádio. Mas testar era colocar o aparelho nos ombros, para ver se pousava bem nos ouvidos. Mexeu-se muito até que encontrou uma posição confortável para o radinho. E amansou os olhos por alguns minutos como se ouvisse uma estação imaginária. Cerrou os olhos e rebolou o queixo devagar. Juro que ouvi a música que não existia apenas acompanhando seu rosto.

A atendente irritou-se com a demora e perguntou se ela levaria o produto. “Vai pagar com o cartão de crédito?”. Ela respondeu que “mais ou menos” e saiu.

Não gosto de chamá-la de senhora. Vou chamá-la de Alice. Alice experimentou o rádio como quem estava se vestindo, como quem prova comida, como quem testa um travesseiro ao dormir. Ela colocou seus longos cabelos de trigo ao lado para calçar o som. Abençoou a rua do seu pescoço. Como uma rosa que não se apequena com a água entre as pétalas. A água, uma pétala que não murcha.

Não temos mais paciência para experimentar um amor. Colocar as roupas antes de tirar. Dentro da gente, há sempre uma pressa que aponta: “vai levar?”. Não fechamos os lábios para lembrar ou mastigar palavras. Há sempre alguém que acelera o relacionamento. Que agride antes de compreender, que julga antes de conviver, que pretende ler sem se aproximar da caligrafia. O amor não é suspeita, é superar a desconfiança. Todos se conhecem sem ao menos pedir permissão para entrar, licença para sentar e puxar a cadeira. Como se soasse um zumbido de “agora ou nunca?”. Nunca será se não houve véspera, nunca será se não haverá tempo de ser depois.

Queremos um amor rápido, não um amor constante, não um amor com as medidas do corpo. Ou com as medidas da voz nos ouvidos, que não seja largo demais nos ombros, nem pesado demais para carregar de um lado para o outro da casa. Como o rádio de Alice.

Pressa não é urgência. Pressa é pular para o final. Urgência é precisar todo momento e não deixar o começo.
(Fabrício Carpinejar)