Frágil Badulaque

ba.du.la.que s. m. 1. (...). 2. Bagatela. 3. Coisa miúda e de pouco valor. 4. (...)o. S. m. pl. Trastes de pouco valor. [Re]descobrindo-me!

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

We are Carnaval! We are folia!

Segunda de carnaval. 22:21h. Várias passistas sambando e rebolando no programa da Hebe aqui na cozinha. Na sala, a TV ligada na Globo para ver os desfiles das Escolas de Samba. Daqui a pouco o Bloco do Meiota nas ruas de Barcelona.
Eu ia para o Rio ver o jogo do Vasco contra o Fluminense em pleno Maraca. Primeiro gol do Cícero pelo tricolor carioca. Seria o máximo! Aí, me dei conta de que era justamente no fim de semana de carnaval. Desisti! Com tudo o que eu vejo todos os dias na TV, tudo o que eu quero é um pouco de distância dessa guerra civil que os jornais me contam a cada minuto. Não, não é medo só do Rio. Ontem assassinaram uma mulher e feriram outra com um dos tiros em pleno bloco de carnaval de Barcelona!! Aquele bairro tranquilo que por tanto tempo eu contei aos meus amigos se rendeu! A violência chegou aqui também. Segundo comentários, aproximadamente 7 mil pessoas na rua acompanhando o bloco. O sujeito chegou, atirou e fugiu sem que ninguém mais tivesse notícias! Pensando bem, tudo o que eu quero é a paz da minha casa (até quando?!)! Carnaval é tempo de descansar, dormir até mais tarde, pintar algumas blusas à tarde, ler um pouco, curtir a família em horários que geralmente não curto. E ponto.
Não, não sou hipócrita. Sempre gostei desse clima de carnaval, pessoas alegres na rua dançando, cantando, se curtindo. Ainda sinto aquela ponta de inveja do povo que está em Salvador. Um dia quero ir à Sapucaí. Só que mais que tudo isso, eu gostaria que o povo brasileiro tivesse um pouco mais de educação (princípio de tudo!), fosse mais respeitado pelos seus governantes e fosse mais engajado e vibrante na luta pelos seus direitos e pelo bem comum. Cabe, também, a mim.
"Ah, se o brasileiro desse seu sangue para defender as cores da nação assim como se doa para defender as cores de suas escolas de samba preferidas. Queria ver o discurso de uma dessas rainhas de bateria ou algum desses empurradores de carros alegóricos ou mesmo das celebridades que estão sempre disponíveis para divulgar e agregar a força de suas imagens às agremiações trabalhando com a mesma dedicação em prol de algo que pudesse ajudar a mudar a siutação caótica desse país.
Sim, nós somos o Brasil. O país do futebol e do carnaval...
As únicas paixões verdadeiras que fazem o cidadão brasileiro se entregar, sangrar se for necessário e lutar para que algo dê certo. É claro, para seu TIME preferido ou por sua ESCOLA DO CORAÇÃO.
É tão bonito ver essas declarações de amor dadas aos microfones da Rede MUNDO, onde modelos, sambistas, cantores, atores, lixeiros, passistas, gente comum e incomum, todos os envolvidos dizem-se capazes de fazer qualquer coisa para que consigam sagrar-se campeã do carnaval. Mas quando precisamos dessas mesmas pessoas e de todas as alas disponíveis para protestos e manifestações para mudanças no Brasil. Cadê a disposição???
Patético.
Triste.
Real.
Vamos celebrar. É carnaval."
Vou indo nessa. Tomar um café e ligar a tv para esperar a minha escola do coração passar na avenida. Bora, Beija-Flor!!
Fluzão arrasou no 4x4 com o Vasco e Cícero, finalmente, desencantou! Orgulho, primão!
Sim, eu continuo tendo minha escola do coração (embora não goste de samba, mas vai entender essa magia sobre mim!) e meu time do coração, e xingo juiz, xingo treinar, vibro, torço, canto! Brasileiro precisa disso mesmo! E Brasileiro precisa de um pouco além!
Eu.